O Dia Mundial do Rim, lembrado em 10 de março, é a data escolhida para fortalecer a educação e conscientização sobre a doença renal crônica em diferentes setores da sociedade no mundo todo: comunidade, profissionais da saúde e gestores de política em saúde pública.

A doença renal crônica se caracteriza pela lesão irreversível nos rins, mantida por três meses ou mais, afetando uma em cada 10 pessoas no mundo e com taxas crescentes de acometimento na população. Quando diagnosticada de forma precoce, sua progressão pode ser controlada ou retardada, na maior parte dos casos.

Na Associação dos Funcionários Públicos do Espírito Santo (AFPES), o Serviço de Hemodiálise atendeu, em 2021, cerca de 15 mil pacientes. Jovens, adultos e idosos, a doença não escolha faixa etária. Em comum, essas pessoas têm a angustia de conviver com uma máquina para continuarem vivos, ou, a necessidade de um transplante renal.

“A Campanha acontece no mundo todo e chama atenção para o cuidado com a saúde dos rins. A doença renal crônica é silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas ou são poucos e inespecíficos. O paciente diagnosticado com a doença deve seguir o tratamento ao longo da sua vida, seja com diálise ou o transplante renal”, enfatizou o médico Nefrologista da AFPES, Michel Assbú.

Funções dos rins:
– limpar todas as impurezas e as toxinas de nosso corpo;
– regular a água e manter o equilíbrio das substâncias minerais do corpo (sódio, potássio e fósforo);
– liberar hormônios para manter a pressão arterial e regular a produção de células vermelhas no sangue;
– ativar a vitamina D, que mantém a estrutura dos ossos.

Principais causas da insuficiência renal aguda:
– choque circulatório;
– sepse (infecção generalizada);
– desidratação;
– queimaduras extensas;
– excesso de diuréticos;
– obstrução renal;
– insuficiência cardíaca grave;
– glomerulonefrite aguda (inflamação nos glomérulos – unidades filtrantes do rim).

A doença renal crônica está associada a duas doenças de alta incidência na população brasileira: hipertensão arterial e diabetes.

Como o rim é um dos responsáveis pelo controle da pressão arterial, quando ele não funciona adequadamente há alteração nos níveis de pressão. A mudança dos níveis de pressão também sobrecarrega os rins. Portanto, a hipertensão pode ser a causa ou a consequência da disfunção renal, e seu controle é fundamental para a prevenção da doença.

Já a diabetes pode danificar os vasos sanguíneos dos rins, interferindo no funcionamento destes órgãos, que não conseguem filtrar o sangue corretamente. Mais de 25% das pessoas com diabetes tipo I e 5 a 10% dos portadores de diabetes tipo II desenvolvem insuficiência renal.

Outras causas são: nefrite (inflamação dos rins), cistos hereditários, infecções urinárias frequentes que danificam o trato urinário e doenças congênitas.

Sintomas:
A progressão lenta da doença permite que o organismo se adapte à diminuição da função renal. Por isso, muitas vezes, a doença não manifesta sintomas até que haja um comprometimento grave dos rins, com perda de até 90% de sua função. Nesses casos, os sinais são:
– aumento do volume e alteração na cor da urina;
– fadiga;
– dificuldade de concentração;
– diminuição do apetite;
– sangue e espuma na urina;
– incômodo ao urinar;
– inchaço nos olhos, tornozelos e pés;
– dor lombar;
– anemia;
– fraqueza;
– enjoos e vômitos;
– alteração na pressão arterial.

Diagnóstico:
A disfunção renal pode ser identificada por meio de dois exames: um de análise da urina e outro de sangue. O primeiro identifica a presença de uma proteína (albumina) na urina, e o exame de sangue verifica a presença de outra, a creatinina.

Tratamento:
Não existe cura para a doença renal crônica, embora o tratamento possa retardar ou interromper a progressão da doença e impedir o desenvolvimento de outras condições graves. A insuficiência renal pode ser tratada com medicamentos e controle da dieta. Nos casos mais extremos pode ser necessária a realização de diálise ou transplante renal, como terapêutica definitiva de substituição da função renal.

Prevenção:
O primeiro passo é prevenir o desenvolvimento da hipertensão arterial e controlar a diabetes, doenças que mais levam à insuficiência renal.
– conhecer o histórico de doenças da sua família;
– controlar os níveis de pressão;
– realizar avaliação médica anual, principalmente após os quarenta anos;
– seguir uma dieta equilibrada, com baixa ingestão de sal e de açúcar;
– controlar seu peso;
– exercitar-se regularmente;
– não fumar;
– se fizer uso de bebidas alcoólicas, que seja de forma moderada;
– monitorar seus níveis de colesterol;
– evitar o uso de medicamentos sem orientação médica.

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